专辑简介

Nascido no dia de Santo Antônio, dia 13 de junho, e batizado como Antônio João e Pedro Caniné Ferreira, Tunico da Vila, 42 anos, é carioca, nascido e criado no Grajaú e possui uma história intrínseca à escola de samba do bairro de Noel. Tunico começou a frequentar a quadra da Vila Isabel ainda criança, com o pai e sambista Martinho da Vila e a mãe Ruça, que foi presidente da escola. “A quadra sempre foi extensão da minha casa, meu playground e os instrumentos meu brinquedo preferido. Com 9 anos tocava na bateria da Vila. Quando minha mãe era presidente tinha que ir à quadra todos os dias, e eu era o primeiro a levantar para ir com ela. Ela só não deixava eu faltar às aulas, mas eu bem que queria”, diz sorrindo. Outro local que Tunico sempre gostava de ir quando criança era na comunidade do bairro, o morro dos Macacos. Mesmo morando em casa, era no beco e vielas que ele se sentia livre, soltava pipa e interagia com as outras crianças. “Somos em 7 irmãos, mas na época só tinha eu e minha irmã Juliana, e era lá que eu podia brincar com a garotada”. Além das brincadeiras, outro grande passatempo da infância foi a música, lógico. Quando criança, ver o pai Martinho da Vila em seu intitulado escritório, na casa grande do Grajaú, despertou no então garoto a vontade de ter o mesmo ofício. “Meu pai tinha um cantinho na casa que chamava de escritório, ele nos avisava que não era para entrar lá, mas eu teimava e sempre dava um jeito de ficar espiando, calado. Lá tinham instrumentos, aparelho de telex e tudo que eu gostava de mexer. Este cantinho existe até hoje e preservamos com muito carinho. Com 5 anos de idade eu sabia que eu ia brincar mesmo era de música. Fiz aula de violão, teclado, bateria, fui roqueiro, acredito que meu pai não queria imaginar que a gente ia ser sambista. Cheguei a servir o exército, assim como ele, mas a farda do samba falou mais alto”, disse Tunico. Na adolescência a religiosidade abraçou o compositor e segundo ele norteou muito a sua vida, “O candomblé me ensinou muito, sou muito ligado à minha fé e como ogã de terreiro, o som dos atabaques passaram a fazer parte definitivamente da minha vida”.