- 歌曲
- 时长
简介
O mojo tropical dos Skrotes É música brasileira. Não, jazz. De repente, vira punk. Ou samba. Metal. Eletrônica. Clássica. É tudo isso e não é nada disso: são os Skrotes em Tropical Mojo. O segundo disco do trio de Florianópolis expande as múltiplas direções já percorridas em três EPs, um álbum e mais de 300 shows pelo país inteiro. A fusão de estilos despejada por Igor De Patta (piano e teclados), Chico Abreu (baixo) e Guilherme Ledoux (bateria e percussão) se insinua mais coesa, aleatória e disposta a estabelecer regras apenas para quebrá-las em seguida. Tropical Mojo traz a banda explorando as possibilidades de estúdio como nunca havia feito antes. Ao contrário dos trabalhos anteriores, registrados ao vivo, para essa nova empreitada os Skrotes se internaram no Magic Place, na capital catarinense – e aproveitaram para experimentar bastante durante os oito dias de gravação, em setembro do ano passado. Entre quatro paredes, a maestria caótica afiada em mais de 300 shows pelo país inteiro ganhou contornos inusitados, sem nunca perder a espontaneidade. Pela primeira vez, o grupo contou com um produtor: ninguém menos do que Edu K, conhecido pela atuação à frente do DeFalla e o gosto por abordagens tortas do pop. Vizinho de Igor em temporadas na praia do Campeche, no sul da ilha, o gaúcho sempre dizia que um dia iria tabelar com os Skrotes, talvez por se identificar com as investidas sônicas não convencionais deles. Neste caso, seu papel foi propor soluções que realçassem a torrente de ideias dos três, como elementos eletrônicos e distorções. Matéria-prima para desenvolver não faltava. “Procissão dos Ossos”, de 2014, e “Amuleto”, de 2015, receberam definitivas roupagens épicas. A trilha de clássico expressionista alemão Nosferatu (1922), executadas para o projeto Cinema ao Vivo em 2016, também aparece. Da quantidade de cerveja no depósito de um local onde a banda tocou (“3000 Lá Embaixo”) ao visual lenhador dos hipsters paulistanos (“Lamber One”), passando pelo apelido dado por um amigo (“Delincuentes Profissionales”), qualquer lampejo serviu de inspiração. Assim, sem nenhuma amarra, o trio vêm percorrendo um caminho improvável para uma formação instrumental. Seu som tem sido acolhido tanto no meio independente quanto no erudito. Um, devido à pegada alternativa que resulta da diversidade de gêneros. Outro, pelo apuro técnico aliado à criatividade. Ambos, graças à originalidade, que rendeu apresentações em programas como o Instrumental Sesc Brasil (SP) e em festivais como o potiguar Natal Instrumental e os paulistanos Produto Instrumental Brasileiro, além do Goiânia Noise e Psicodália. A lista de eventos, teatros, casas noturnas e centros culturais que já se surpreenderam com a banda só cresce. Com o lançamento de Tropical Mojo, essa relação tende a aumentar. Diferentes de tudo o que estava rolando quando surgiram, em 2009, os Skrotes continuam sem similares no cenário nacional. Emerson Gasperin