Colectivo nortenho, os Bardino são Diogo Silva no baixo, Rui Martins nos teclados, Pedro Cardoso na guitarra e Nuno Fulgêncio na bateria. Mais do que um eco ou um simples continuar do caminho traçado nas suas militâncias passadas, o EP de estreia dos Bardino baralha para dar de novo e assim iniciar uma viagem rumo ao desconhecido. Com uma capacidade de expansão sonora que rareia, e uma habilidade para conferir à música uma dimensão cinematográfica abstracta mas entusiasmante, este encontro lança de forma perene as fundações para um futuro que se espera sempre fresco. Por um lado, é notória a influência do rock progressivo e suas variantes - num balanço admirável entre o jazz-fusão e o neo-prog tingido de funk. Por outro, é inegável que os Bardino são também pupilos de um psicadelismo antigo, aquele que prefere a introspecção escapista ao uso do riff pelo riff. Há nos Bardino uma tranquilidade rara e particularmente bem-vinda, que nos dá tempo para respirar, absorver, olhar em volta e começar tudo outra vez. Gravado em plena Serra das Meadas, envolto no silêncio palpável das terras altas, talvez venha daí a tal tranquilidade.